
Exposições "Estrada Perdida" e "Inferno" podem ser visitadas no Palácio Vila Flor e no CIAJG até ao último suspiro deste verão
Lançamento do catálogo da exposição “Estrada Perdida”, do artista vimaranense Victor Costa, acontece a 20 setembro no Palácio Vila Flor.
A exposição "Estrada Perdida", de Victor Costa, atualmente patente no Palácio Vila Flor, bem como "Inferno" (c. 1510-1520, filmado por Mariana Caló e Francisco Queimadela), patente no Centro Internacional das Artes José de Guimarães, podem ser visitadas até ao penúltimo fim de semana deste mês, 20 e 21 de setembro, respetivamente. O último dia da exposição do artista vimaranense Victor Costa reserva-nos um momento especial em que será lançado, às 16h00, o catálogo da respetiva exposição, uma publicação que cobre um largo espectro da produção artística deste artista, documentada a partir de texto e imagens, trabalhos de desenho e pintura desde os primeiros anos de 2000 até 2025.
A exposição individual do artista Victor Costa, "Estrada Perdida", patente no Palácio Vila Flor desde junho, ainda pode ser (re)visitada no Palácio Vila Flor até ao dia 20 de setembro. De forma retrospetiva, a exposição ocupa todo o espaço expositivo do Palácio Vila Flor e faz uma síntese da prática artística deste artista através de um ensaio visual e conceptual que atravessa grande parte da sua obra, em trabalhos de desenho e pintura. Ao longo do seu percurso, Victor Costa explorou várias dimensões plásticas, explorando de forma ininterrupta as relações entre o olhar e o real, as infinitas camadas do mundo visível, desde paisagens globais até estéticas e materiais das periferias urbanas e industriais revelados na dimensão da pintura e do desenho. Na base da sua prática, Victor Costa subverte ícones destas múltiplas paisagens em camadas de pintura, criando ritmos visuais e estruturas que dialogam com a experiência do olhar numa relação de infinita exploração do real.
No último dia desta exposição, às 16h00, será lançado o respetivo catálogo com o mesmo título, numa publicação que cobre um largo espectro da produção artística deste artista, documentada a partir de texto e imagens, trabalhos de desenho e pintura desde os primeiros anos de 2000 até 2025. O catálogo é uma coedição do Centro Cultural Vila Flor/A Oficina com a editora portuguesa Documenta/Sistema Solar. Com design de Manuel Rosa, a publicação reúne os textos do curador Ivo Martins e um ensaio sobre a prática e obra de Victor Costa, escrito pelo curador Nuno Faria.
A exposição "Inferno" (1510-1520, Mestre Português Desconhecido), nasceu de um convite do Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) à dupla de artistas Mariana Caló e Francisco Queimadela para filmar a pintura homónima, pertencente ao acervo do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, com curadoria de Marta Mestre e João Terras. "Inferno" é uma das mais peculiares pinturas portuguesas, geralmente conotada com os “Primitivos Portugueses”, por referência à pintura da segunda metade do século XV e começos do século XVI. De autoria desconhecida, a pintura apresenta uma representação medieval do "Inferno", organizando de forma sistemática os tormentos eternos associados aos pecados capitais, numa obra em que o demoníaco é associado ao universo extra-europeu: Lúcifer veste-se com um toucado de penas ameríndias, senta-se num trono africano e segura uma trompa de marfim; outro demónio está ornado também com plumagem. A datação de "Inferno" é contemporânea dos primeiros contactos entre indígenas brasileiros e portugueses, e sucede aos “Reis Magos” do Retábulo da Sé de Viseu que configura, de forma inédita, o indígena brasileiro no cristianismo. A imagem filmada marca presença solitária no piso inferior do CIAJG, como uma aparição ou vertigem, e convida-nos para uma visita tentadora até 21 de setembro.
Subindo do "Inferno" até ao piso térreo do museu, deparamo-nos com "Intervalo", de Alexandre Estrela, desenhada exclusivamente para o CIAJG, que dialoga com a animação e o desenho animado nas relações entre pintura e vídeo, nos enlaces de uma memória coletiva. Patente desde maio, a exposição prolonga-se até 15 de novembro, permitindo assim que mais pessoas tenham oportunidade de conhecer as obras daquele que é considerado um dos artistas portugueses mais relevantes da atualidade.
As várias exposições do CIAJG podem ser visitadas por público de todas as idades, de terça a domingo, das 9h30 às 13h30 e das 14h30 às 18h30 (última entrada deverá ser meia hora antes do horário de encerramento), pelo valor de 4 euros (ou 3 euros com desconto), sendo gratuita aos domingos de manhã (das 09h30 às 13h30) e em qualquer dia para crianças até 12 anos. A exposição do Palácio Vila Flor está disponível de terça a sábado, das 9h30 às 13h30 e das 14h30 às 18h30, pelo valor 2 euros (ou 1 euro com desconto). Mais informação e restante programação encontra-se disponível em www.aoficina.pt.
Fotografia: "Estrada Perdida", Victor Costa © CMGuimaraes Paulo Pacheco