Guimarães inaugura Space Hub em parceria com a Universidade do Minho e o CEiiA
O projeto assume o compromisso de desenvolver na cidade de Guimarães um polo de referência da Nova Economia do Espaço, com impacto nas áreas da sustentabilidade, mobilidade, inteligência artificial e defesa, tornando o Município líder na aposta estratégica na nova Economia do Espaço
Guimarães entrou na nova era da inovação tecnológica e científica com a inauguração do Guimarães Space Hub (GSH), uma iniciativa resultante do apoio do Município de Guimarães, e da sinergia entre a Universidade do Minho e o CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto. O Guimarães Space Hub que arrancou no início desta semana, tem a ambição de se constituir como um polo estratégico da Nova Economia do Espaço, com impacto nas áreas da sustentabilidade, mobilidade, inteligência artificial e defesa. A cerimónia decorreu esta segunda-feira, no Centro Cultural Vila Flor, com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, do Ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, do Presidente da CCDR-N, António Cunha, do reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, e de representantes do setor académico, industrial e tecnológico.
O presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, destacou, durante a sessão de arranque do Guimarães Space Hub, o compromisso do município com a ciência e a inovação, sublinhando que o objetivo é desenvolver em Guimarães um polo de referência nacional no setor aeroespacial. Recordou que este percurso resulta de um trabalho continuado, iniciado há vários anos, em parceria com a Universidade do Minho, o CEiiA e a CCDR-Norte, e que se materializa na criação da Escola de Engenharia Aeroespacial e do Guimarães Space Hub, atualmente em instalação. O autarca enfatizou ainda que “os investimentos transformadores exigem consenso e persistência”, defendendo que este caminho de longo curso é essencial para as transformação estruturais, em especial a diversificação económica e o desenvolvimento sustentável do concelho e da região.
O ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, destacou em Guimarães a importância de articular a formação superior com o desenvolvimento económico regional, sublinhando que “qualificar é apenas o primeiro passo” e que o verdadeiro desafio é reter talento e criar emprego qualificado no país. Na sessão de arranque do Guimarães Space Hub, o governante salientou ainda que o setor aeroespacial é estratégico para Portugal e para a União Europeia, defendendo uma atuação em rede entre universidades, empresas e entidades públicas. Referiu também a criação da Agência para a Investigação e a Inovação (AI²)que permitirá um planeamento plurianual e estratégico do investimento em ciência, reforçando a ambição de colocar Portugal “entre os países que olham o espaço como parte do seu futuro”.
O presidente da CCDR-Norte, António Cunha, disse na sua comunicação que o Guimarães Space Hub é um exemplo do novo caminho que a região deve seguir para gerar riqueza e valor acrescentado, apostando em setores de futuro como o espacial e o dos semicondutores. Sublinhou que o Norte “tem massa crítica, indústria e talento” para liderar estas transformações, destacando a parceria entre a Universidade do Minho, o CEiiA e o Município de Guimarães como modelo de cooperação capaz de impulsionar o desenvolvimento regional e nacional.
O reitor da Universidade do Minho, Professor Doutor Rui Vieira de Castro, destacou que o projeto Guimarães Space Hub é “um exemplo notável do que a universidade pode e deve fazer” ao colocar o conhecimento e a investigação ao serviço do desenvolvimento regional. Sublinhou que esta iniciativa resulta de uma articulação exemplar entre a Universidade do Minho, o CEiiA e o Município de Guimarães, consolidando uma parceria de longa data em prol da inovação, da ciência e da criação de emprego qualificado. O reitor enalteceu o papel do presidente cessante da Câmara, Domingos Bragança, pelo “compromisso pessoal e institucional com o ensino superior e a investigação”, e sublinhou que a aposta na engenharia aeroespacial e na formação científica avançada “ consolida Guimarães e a região norte como polos de conhecimento e competitividade internacional”.
O presidente executivo do CEiiA, Engenheiro José Rui Felizardo, salientou durante a sessão de apresentação do Guimarães Space Hub que o grande desafio atual do setor espacial “já não é lançar satélites, mas criar valor económico e social a partir do espaço”. Defendeu que este projeto tem como missão transformar o conhecimento científico em soluções concretas para problemas da sociedade, desde a sustentabilidade urbana até à medicina aeroespacial. Felizardo destacou ainda a importância da colaboração entre universidades, municípios e centros tecnológicos, apontando Guimarães como “pioneira na criação de um ecossistema integrado de inovação aeroespacial”. O responsável sublinhou que Portugal só conseguirá competir internacionalmente “se for capaz de agregar os diferentes atores do setor”, apelando à união de esforços em torno de iniciativas como a Constelação Atlântica e o Guimarães Space Hub, que reforçam a posição do país na área do espaço.
O Professor Jorge Cabral, presidente do GSH deu seguimento a um enquadramento da missão e objetivos do GSH que elucidou os presentes sobre os eixos em que assenta o projeto.
A sessão contou, ainda, com a presença do Presidente eleito da Câmara Municipal, Ricardo Araújo, cuja participação reforça o simbolismo da continuidade democrática e institucional, traduzindo a ligação entre o legado consolidado e o futuro que se avizinha, em Guimarães.
O GSH é um hub que reúne alunos, investigadores e empresas no âmbito da Constelação do Atlântico, o maior projeto espacial português, dedicado a satélites de Observação da Terra. Promove formação, investigação e criação de empresas tecnológicas, envolvendo parceiros como a Força Aérea Portuguesa, GEOSAT e CTI Aeroespacial. Com iniciativas educativas e científicas, o GSH impulsiona o desenvolvimento sustentável e a inovação aeroespacial a partir de Guimarães, em cooperação internacional com Valladolid.
