Domingos Bragança recebeu em Guimarães Bispo Emérito de Díli. Salão Nobre do Município encheu. Depois da visita oficial, decorreu uma conferência na Sociedade Martins Sarmento.
O Bispo Emérito de Díli (Timor) e Prémio Nobel da Paz, D. Carlos Ximenes Belo, que preside este domingo à 122ª Grande Peregrinação à Penha, disse sentir-se «honrado com a receção» do Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, realizada este sábado, 12 de setembro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
«Agradeço a solidariedade e simpatia dos portugueses. Em Timor Leste, na nossa 4ª classe, conhecíamos melhor Portugal do que a nossa própria cultura. Sabíamos as dinastias, os rios, os vales, a importância de Guimarães, uma herança portuguesa que fica nas nossas almas», enalteceu D. Ximenes Belo, que ofereceu a Domingos Bragança um livro sobre a história da Igreja timorense.
«Para nós, vimaranenses, é uma honra ter em Guimarães uma referência das causas humanitárias, uma ilustre personalidade com uma grande sabedoria, tranquilidade e coragem, que teve capacidade e competência para interceder na libertação de um povo, pondo fim à dor», afirmou o Presidente da Câmara Municipal, introduzindo na sessão o tema dos refugiados sírios.
«A cultura europeia é de solidariedade e generosidade, mas de um modo organizado. A vida vale a pena, se não for vivida na indiferença. Guimarães é uma cidade de História e temos uma cultura que nos diferencia. Foi aqui que nasceu Portugal, somos um exemplo para o país como cidade fundadora e cidade europeia da cultura. Quanto mais damos e partilhamos, mais fortes somos», referiu Domingos Bragança, cuja opinião foi partilhada por D. Ximenes Belo, «um homem do Mundo que dá força aos projetos sociais».
«Também trazemos na nossa carne a experiência de sermos refugiados!», mencionou o Bispo Emérito de Díli (Timor), lembrando episódios da história, desde 1912, em que o povo timorense procurou acolhimento noutros países. «Que as entidades europeias sejam generosas», desejou, referindo que, em 2015, comemoram-se 500 anos do primeiro encontro de navegadores portugueses com timorenses e 450 anos em que decorreu a colonização. «São anos de cultura e tradições que queremos manter. Rezarei pela paz em Portugal e no mundo», sintetizou.
122ª Grande Peregrinação à Penha este domingo
Depois da receção oficial, o responsável do Município promoveu uma visita ao Centro Histórico de Guimarães, participando depois na conferência “A Paz e os Direitos Humanos”, que D. Ximenes Belo proferiu no Salão Nobre da Sociedade Martins Sarmento. Esta iniciativa, organizada pelo grupo informal “Colóquios para a Cidade”, com o apoio da Assembleia de Guimarães, Sociedade Martins Sarmento e Câmara Municipal, inseriu-se no âmbito do ciclo de conferências realizadas ao longo de um ano, destinadas a comemorar o 40º aniversário do 25 de Abril de 1974.
Ainda este sábado à noite, D. Carlos Ximenes Belo presidiu à procissão de velas que transportou a imagem de Nossa Senhora do Carmo da Penha entre a Basílica de S. Pedro do Toural e a Igreja da Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira, de onde sairá este domingo para a realização da 122ª Grande Peregrinação à Penha.
A partir das 08 horas, o trânsito estará condicionado no percurso entre o Largo República do Brasil e o Santuário da Penha, com passagem pela Rua Dr. José Sampaio em direção da freguesia da Costa. A chegada ao topo da montanha está prevista para as 11:30 horas, seguida da celebração eucarística presidida pelo Bispo Emérito de Díli que, em 2016, completa duas décadas que foi agraciado com o título de Prémio Nobel da Paz.
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