
A abertura do concurso permite colocar fim à degradação deste simbólico edifício de Guimarães, dando início à sua recuperação urbanística e funcional. Este ano, as salas de ensaio ficam prontas.
O Município de Guimarães vai instalar, no emblemático edifício do Teatro Jordão, seis salas destinadas a ensaios e gravações de bandas de garagem. O concurso para o início da obra já foi efetuado, com o preço base de 724.414,42 euros, montante ao qual acresce a taxa de IVA em vigor.
Com um prazo de execução de 150 dias, prevê-se que as salas de ensaio fiquem prontas durante este ano. Os estúdios terão o pavimento revestido a alcatifa acústica, com tratamento anti-fogo, em cor cinza, e as paredes e teto têm dois níveis: um primeiro, de contacto direto, em chapa de aço galvanizado cinza (textura e densidade diferente entre os tetos e as paredes) e um segundo plano, recuado, ora em placas de gesso cartonado (paredes) ou em teto falso acústico.
“Abordei com o senhor Reitor e com o senhor Vice-Reitor o facto das bandas de garagem não poderem ser compatíveis com as escolas que vão ficar situadas no edifício e chegamos à conclusão que podem coabitar”, disse o Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, anunciando que as cabines de ensaio vão ficar no piso inferior do Teatro Jordão.
A coexistência das escolas com as salas de ensaio foi uma questão salvaguardada com minúcia pela Câmara e Universidade do Minho, assegurou Domingos Bragança: “Não conflitua, até pelo contrário, pode trazer algum valor acrescentado, porque estas cabines não são só para bandas de garagem, como também serão utilizadas para estúdios de gravação”.
A chapa de aço distendido das paredes constituirá de suporte às mais variadas solicitações acústicas e funcionais das salas, servindo de suporte, por exemplo, a painéis acústicos, de tipos variados, a mesas para colocação de mesa de mistura e outros equipamentos áudio.
Esta solução permite uma utilização absolutamente livre dos paramentos, garantindo o mínimo de solicitações de perfurações nos paramentos e tetos, uma vez que a estes é exigida a função de insonorizar o mais possível estes espaços.
Com efeito, pretende-se que os diversos estúdios possam funcionar em simultâneo sem que haja passagem de ruído quer entre salas, quer com o restante edifício, permitindo uma utilização absolutamente autónoma do restante edifício. A conclusão da obra permite, também, “pôr fim a uma fase de degradação do Teatro Jordão, iniciando o seu ciclo de recuperação urbanística e funcional”, afirmou o Presidente da Câmara.
Recorde-se que a Autarquia adquiriu, em 2010, o histórico Teatro Jordão, inaugurado a 21 de novembro de 1938 e que está encerrado desde 1993. O valor da aquisição é superior a dois milhões de euros, num espaço que tem como função ser mais um dos lugares de conhecimento no âmbito do projeto de afirmação de “Guimarães, Cidade Universitária”, liderado pelo Município e pela Universidade do Minho.