
Incidente protocolar no encerramento de uma sessão impediu Presidente da Autarquia de colocar perguntas a Ministro da Saúde. Assunto foi dialogado a dois no final de uma conferência realizada no Hospital de Guimarães.
Domingos Bragança, Presidente da Câmara Municipal de Guimarães solicitou pessoalmente ao Ministro da Saúde, esta segunda-feira, 16 de junho, no final de uma visita realizada por Paulo Macedo ao Hospital de Guimarães, a revogação da Portaria nº 82/2014 que classifica no Grupo I o Centro Hospitalar do Alto Ave e que lhe pode retirar, no todo ou em parte, os serviços de Gastroenterologia, Cardiologia e Cuidados Intensivos Cardíacos, Pneumologia, Oftalmologia, Otorrinolaringologia, Oncologia, Neonatologia, incluindo a Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Imunoalergologia, Obstetrícia e Ginecologia, incluindo o Bloco de Partos e Medicina da Reprodução, Dermatologia, Urologia, Cirurgia Vascular e Anatomia Patológica.
O Presidente do Município solicitou a integração do Hospital de Guimarães no Grupo II, tendo em conta que existem unidades hospitalares de igual ou menor dimensão e com menor diferenciação que estão integradas nesse grupo. O diálogo entre o Presidente do Município de Guimarães e o Ministro da Saúde decorreu durante um almoço realizado no final da conferência “Mudar a demografia, nascer seguro em Guimarães”, no âmbito do 10º aniversário do Centro de Procriação Medicamente Assistida (CPMA) do Centro Hospitalar do Alto Ave.
Nessa sessão, um incidente protocolar impediu Domingos Bragança de realizar o seu discurso antes do Ministro da Saúde, o que, publicamente, inviabilizou a colocação de questões a Paulo Macedo, que já tinha feito a sua intervenção no auditório da unidade hospitalar. «Dada a excelência do Hospital de Guimarães e das unidades de referência e de referenciação, a classificação no Grupo II constitui um dos argumentos, entre muitos outros», afirmou o Presidente da Autarquia.
«Os argumentos apresentados pelo senhor Ministro reforçam a revogação da Portaria ou a integração do nosso Hospital no Grupo II. Também foi apresentado e aceite na nossa conversa que é necessário um enquadramento das nossas unidades hospitalares, mas não com esta portaria, que é desadequada e mal elaborada», acrescentou Domingos Bragança, que destacou a «importância das unidades diferenciadoras e de referenciação» desenvolvidas nos hospitais, especificamente do Hospital de Guimarães. «A consideração destas redes para a classificação dos hospitais apenas significou a injustiça feita ao Hospital de Guimarães e a sua urgente consideração para a reclassificação justa do nosso Hospital».
Durante a sessão, o Ministro da Saúde disse que garantia a continuidade da maternidade no Centro Hospitalar do Alto Ave. «O importante não é uma área da saúde Maternoinfantil, nomeadamente dos partos, mas sim todas as valências que nos fazem estar no topo da saúde Maternoinfantil. E, sem elas, a prazo, definha!», afirmou Domingos Bragança, que prometeu «estar atento e continuar a defender os interesses de Guimarães e a afirmar a sua importância».
O Presidente da Câmara Municipal considera que o teor da Portaria nº 82/2014, publicada no passado dia 10 de abril, suscita «graves preocupações aos vimaranenses e ao Município», bem como às populações e concelhos vizinhos. «A classificação do nosso Hospital no Grupo I, o mais básico ou baixo da Portaria, é preocupante! Só a reclassificação para o Grupo II é que assegurará as atuais especialidades, como as da Saúde Maternoinfantil e outras, nomeadamente, as unidades de saúde de referenciação nas quais o nosso Centro Hospitalar tem um estatuto de excelência. A revogação de uma má Portaria será a medida mais prudente a tomar pelo Ministro da Saúde», reafirmou Domingos Bragança.