


A COMUNICAÇÃO FAMILIAR HOJE: A NECESSIDADE DE APOIO INFORMAL
Editado por Guido Palopoli, Laura Boccanera - Consultorio Familiare al Quadraro (It); Paola Cavalieri - Across (It), Luisa Oliveira, Cecilia Pinto -Desincoop (Pt) e Spyros Zormpas, Fokion Dimitriadis - Epioni (Gr).
Parceiros no projeto Erasmus+ Nº.2023-1-IT02-KA210-ADU-000154876
Por: DESINCOOP - Desenvolvimento Económico, Social E Cultural C. R. L.
Introdução ao EUF - Envolver e capacitar as famílias da UE através da narração de histórias, de um Guia digital e de um Jogo de Cartas - EPIONI
O projeto Erasmus+ EUF [outubro de 2023 - março de 2025] foi uma jornada inovadora para melhorar a comunicação entre pais e filhos, empregando uma mistura única de métodos de educação não formal e inclusiva.
Este projeto foi concebido para reforçar as competências de vida da família e capacitar os pais - especialmente aqueles com menos oportunidades - para assumirem um papel mais ativo nas suas comunidades.
Visão geral do projeto
A iniciativa foi construída em volta do desenvolvimento de ferramentas de comunicação digital de fácil utilização. Ao integrarem a narração de histórias, um Guia digital e um Jogo de Cartas, os parceiros do EUF de Itália, Portugal e Grécia tinham como objetivo oferecer resultados tangíveis que não só promovessem um diálogo eficaz entre pais e filhos, mas também reforçassem a capacitação geral das famílias em toda a Europa.
Atividades de implementação
O EUF envolveu grupos-alvo vulneráveis desde o início. O projeto recolheu experiências da vida real e estratégias de comunicação dos pais, assegurando que as ferramentas de aprendizagem estavam profundamente enraizadas nas necessidades genuínas. As atividades de educação não formal centraram-se no codesenvolvimento de três ferramentas de aprendizagem fundamentais:
- Histórias de comunicação: Uma Galeria de narrativas que captam a rica tapeçaria das interações entre pais e filhos.
- Guia digital: Um recurso abrangente que oferece informações sobre técnicas de comunicação eficazes.
- Jogo de Cartas: Uma ferramenta envolvente concebida para explorar e compreender os vários estilos de comunicação.
Uma equipa internacional, orientada para a inclusão familiar, prestou um apoio sólido através de boas práticas de gestão, assegurando que todas as atividades estavam alinhadas com os objetivos do projeto. Esta abordagem colaborativa foi fundamental para preparar o terreno para um encerramento positivo do projeto em 2025, com uma Reunião Final a 7 de março deste ano.
Resultados
Os resultados estavam preparados para abrir caminho a uma maior participação ativa dos pais e prestadores de cuidados, a um maior envolvimento das famílias vulneráveis e a uma presença mais forte do EUF nas redes familiares europeias.
O percurso do EUF, marcado pela inovação e colaboração, não só redefiniu as estratégias de comunicação com as famílias, como também estabeleceu uma referência para práticas de educação não formal inclusivas em toda a Europa.
Comunicação na família, entre pais e filhos - CONSULTORIO FAMILIARE AL QUADRARO
Com o projeto EUF, decidimos fazer uma viagem às entranhas do conceito de comunicação. Especificamente, centrámo-nos na comunicação na família, entre pais e filhos. Escolhemos uma abordagem de baixo para cima e, com curiosidade, começámos por pedir às famílias que nos falassem sobre a sua forma de comunicar, mas também que partilhassem uma fotografia que representasse a sua forma de comunicar em família: daqui nasceu a nossa Galeria de histórias, palavras e imagens que contam, de um ponto de vista único e pessoal, o estilo de comunicação de cada família envolvida. E não só, extraímos das conversas com as famílias frases significativas sobre os aspetos mais agradáveis e os mais difíceis da relação pais-filhos. Com esta Galeria de histórias, observámos o impacto que tem promover o conhecimento e a sensibilização das famílias através da partilha de experiências.
Uma pequena anedota: Partilhei a Galeria de histórias com casais de futuros pais, durante as reuniões de preparação para o parto realizadas na nossa clínica, e observei um envolvimento emocional intenso por parte dos participantes: foi uma oportunidade muito interessante para observar como o tema da qualidade da comunicação é um elemento realmente relevante também para os casais que esperam um filho: olhar para as fotografias e ler as frases da Galeria abriu uma reflexão profunda sobre o poder de uma boa e respeitosa comunicação no seio da família, estimulando todos a questionarem-se sobre qual o estilo de comunicação que pode promover o bem-estar das relações familiares.
O nosso percurso continua com um Guia, como ferramenta à disposição das famílias para se orientarem e não se sentirem sozinhas na gestão da comunicação com os seus filhos. É um Guia inteligente e leve, que destaca os temas mais relevantes que acompanham a comunicação na família e fornece ferramentas e recursos de conhecimento para melhorar a comunicação. As áreas temáticas identificadas são 8: escuta / escolhas / confiança / regras / limites / expectativas / tempo / transformação.
O Guia inclui um suporte de vídeos relacionados com estes temas, graças aos quais, de uma forma interativa, tanto os pais como os filhos podem encontrar matéria para reflexão e promover uma compreensão mútua e reciprocidade preciosas para a eficácia da comunicação.
O terceiro resultado do nosso projeto EUF reúne toda a experiência acumulada durante as atividades anteriores e é um Jogo de Cartas: o jogo permite um tempo e um espaço informais de partilha entre os membros da família, em que a espontaneidade e a autenticidade da comunicação são promovidas. Através do jogo, a comunicação torna-se divertida e a troca de informações entre pais e filhos torna-se um elemento necessário para ganhar o jogo. Através do jogo, é frequente sentir-se mais confiante e disposto a partilhar informações pessoais, a estar mais aberto e disponível para o diálogo. O contexto do jogo incentiva os participantes a abrirem-se, dando-lhes a oportunidade de partilharem pensamentos, sentimentos e situações que seriam mais difíceis de partilhar noutros contextos familiares.
O Guia digital do EUF como via para a capacitação das famílias – DESINCOOP
O EUF foi uma experiência muito interessante porque todos os parceiros também desenvolveram as suas competências durante o projeto e este foi uma viagem para aprofundar o tema da comunicação entre crianças, jovens e as suas famílias.
Como já foi mencionado um dos produtos é um Guia. É algo simples que as famílias podem consultar e nele tentar encontrar respostas para as suas próprias preocupações, sobre os desafios e dificuldades que têm na comunicação com os seus filhos. Sabemos que uma comunicação eficaz é essencial para manter relações familiares fortes e, no entanto, muitas famílias enfrentam desafios e pensam que esses desafios são apenas seus.
É importante que percebam que alguns destes desafios são comuns a outras famílias e descobrimos isso, durante o nosso primeiro resultado, quando recolhemos fotografias para a Galeria. Discutimos e também recolhemos emoções e pensamentos sobre estas fotografias com as famílias. No Guia, resumimos os pensamentos e o conhecimentos em oito tópicos, que julgamos serem fundamentais na comunicação entre as famílias e os seus filhos.
É igualmente importante que os pais compreendam que os seus filhos têm a sua forma de comunicação, de acordo com a sua idade; por isso, não temos uma receita para tudo o que eles precisam, para encontrar uma única solução para cada desafio na família, para os seus problemas de comunicação. Neste sentido, concluímos que, precisavamos de criar um Guia que desse aos pais a oportunidade de encontrarem uma maneira muito própria de resolver os seus problemas; e isto é muito importante para capacitar as famílias.
Antes de se dirigirem a um profissional para pedir apoio, podem ainda utilizar outras ferramentas: podem ler livros, assistir a webinars, também falar informalmente com outros pais, integrar-se em grupos organizados de pais, há toda uma série de estratégias de que podem servir-se para encontrar a solução para os seus problemas e, desta forma, compreender que, afinal, o que percecionavam como sendo só seus, são comuns nas famílias.
É também fundamental que as famílias tenham consciência dos diferentes estilos de comunicação e, podem encontrar alguns exemplos no Guia.
Além disso, tendo em conta que estamos a falar de crianças, que estamos a educar crianças, não podemos esquecer os princípios da Convenção dos Direitos da Criança, pelo que também selecionámos alguns desses princípios, que consideramos essenciais na comunicação entre famílias e crianças, e incluímo-los como parte deste Guia. Depois, damos alguns exemplos de como o aproveitar realçando que não é suposto ler o Guia desde o início até ao fim. Pode-se ir navegando de acordo com as necessidades.
Ainda introduzimos uma secção de algumas perguntas frequentes, que recolhemos na primeira fase do projeto e na revisão bibliográfica efetuada.
De seguida, propomos quatro tópicos transversais, que consideramos fundamentais para melhorar a comunicação no seio da família. Os pais podem aqui encontrar muitas dicas sobre como criar um ambiente seguro e aberto para promover a comunicação. É essencial equilibrarmos as nossas estratégias para que não haja apenas uma forma de comunicar, mas sim várias estratégias que podemos utilizar de acordo com as diferentes situações
A dada altura da construção do Guia refletimos sobre a importância de pararmos um pouco e, porque não ouvir um pouco de música, relaxar e pensar na “nossa” forma de envolver os nossos filhos na comunicação?
Neste sentido, introduzimos uma canção do Peter Gabriel para exemplificar como pode ser proporcionar este momento de descontração e reflexão e, que cada um pode substituir por outra que lhe suscite essa necessidade de parar e se inspirar.
O último aspeto, mas que no entender da parceria é o primordial foi como apoiar o adulto a criar confiança, sendo que esta é fundamental nas relações, em todas as relações humanas, na comunicação. Assim, a forma mais significativa para estabelecer a comunicação é construir esta confiança com os nossos filhos
Porque temos consciência que alguns dos tópicos não são fáceis de compreender, no Guia também propomos a consulta de um glossário, onde os pais podem encontrar e adquirir alguns conceitos novos.
Constatando que hoje, na Internet, há muita informação, selecionámos alguns desses recursos, em diferentes línguas para serem introduzidos no Guia, agrupando-os de acordo com os oito tópicos do EUF, já selecionados, pelo que existem recursos sobre: escuta, escolhas, expetativas, limites, regras, tempo, transformação e confiança.
Assim, no site do projeto existe uma versão longa do Guia em Inglês com todos estes recursos, mas também uma versão curta do mesmo em cada língua da parceria (grego, Italiano e português).
Esperamos que esta ferramenta possa ser útil, útil para as famílias melhorarem a comunicação entre os adultos, com outros membros nas famílias e com os seus filhos.
O Jogo de Cartas EUF desde a ideia até à realização
Giulia Scatasta (designer gráfica) e Gregorio Zanacchi Nuti (designer de jogos) foram convidados a dar-nos alguns comentários sobre o seu envolvimento no desenvolvimento do Jogo de Cartas EUF.
A experiência foi muito interessante e inovadora, disseram-nos. Depois, descreveram o seu envolvimento no projeto da seguinte forma “Tivemos algumas reuniões com os parceiros do EUF e tivemos uma ideia de como queríamos apresentar o jogo às famílias. Pensámos que imprimir e jogar era uma boa ideia porque era algo acessível, algo que as pessoas não tinham de comprar, mas que podiam ter no sítio Web do EUF, gratuitamente.
Começámos então a pensar nas regras do jogo e no seu funcionamento. Foi difícil porque tínhamos de misturar diversão com uma mensagem sobre a comunicação entre pais e filhos. A conceção de um bom jogo tem de contar uma história e, neste caso, tínhamos algumas propriedades educativas à partida, o que constituiu um desafio interessante. Iniciamos com a ideia de um jogo centrado na comunicação, na comunicação mútua entre os jogadores, com foco na fala. Pensámos num modelo de pergunta-resposta. Assim, a primeira versão do jogo centrava-se na criação de um sentimento de partilha de situações e experiências pessoais entre os jogadores, mas quando a apresentámos ao resto da equipa recebemos alguns comentários sobre a forma como o jogo era: demasiado sério, um pouco rígido, digamos que não muito engraçado. Por isso, propusemos a segunda versão do jogo.
Todo o jogo foi baseado nos oito tópicos do Guia, mas agora acrescentámos algumas limitações engraçadas. São facilmente acessíveis, por isso toda a gente pode usá-las. Por exemplo, tens de usar um sotaque ou falar com uma mão nas costas e, em cada jogada do jogo, tens uma limitação. Assim, sabemos que a comunicação é difícil, mas jogar é um pouco mais difícil e, por isso, é divertido partilhar pensamentos e experiências com outras pessoas de uma forma divertida.
O Jogo de Cartas continua a basear-se na partilha de experiências mútuas, mas existe agora uma camada adicional que é trazida pelo sistema de limitações; este sistema é interessante porque nos permite pensar em como a comunicação não é apenas verbal. Adicionando ou removendo algumas regras ao falar e explicar as coisas, também se pode modificar a mensagem em que se está a pensar; explora-se o facto de a comunicação não se basear apenas em palavras”.
A FAMÍLIA HOJE: a importância da comunicação informal
Convidámos Daniela Radano (psicóloga, psicoterapeuta especialista em questões familiares) a comentar o Jogo de Cartas do seu ponto de vista profissional. Eis o que ela nos disse:
“Atualmente, como psicóloga profissional, deparo-me com uma grande variedade de opções que as pessoas podem escolher. No entanto, creio que existe uma grande necessidade de apoio informal e divertido para as famílias que estão a passar por dificuldades e que talvez ainda não estejam a considerar a possibilidade de fazer sessões de psicoterapia.
O vosso Jogo de Cartas EUF aborda de uma forma divertida e leve as áreas problemáticas com que me deparo mais frequentemente:
• Diferentes papéis numa família;
• Regras - o estabelecimento e o cumprimento de regras;
• Gestão do poder;
• Os filhos em fase de crescimento a pedir mais espaço privado;
• Gerir a esperança, a frustração e a desilusão.
Todas estas áreas podem ser abordadas de forma fácil e eficaz quando se lida com famílias, através da utilização criativa do Jogo de Cartas EUF.
O grande ponto positivo do jogo são os “limites” que foram incorporados no jogo, que podemos designar por “handicaps” que o jogador deve respeitar.
Do meu ponto de vista pessoal, o facto de ter de respeitar os “limites” impostos ao responder às perguntas incentiva o paciente a mover-se livremente no seu “espaço mental”. Assim, o vencedor deste Jogo de Cartas não é apenas o jogador que consegue contar uma história com verdade, respeitando os limites impostos (ver tocar no nariz), mas, creio eu, o vencedor é também o jogador que consegue mentir, porque isso implica mais autoconfiança e menos medo, por outras palavras, mais “espaço mental”.
Lembro-me de um pai que me disse que estava tão concentrado em seguir o “limite” de tocar constantemente no nariz que não conseGuia pensar na ‘melhor’ ou “mais adequada” resposta. Dizia simplesmente o que realmente pensava. Por outras palavras, essa regra específica do jogo ajudou-o a “libertar” o seu espaço mental e a “distração” de tocar no nariz tirou-o de ideias pré-concebidas sobre o que dizer e o que não dizer. Por outras palavras, foi capaz de se movimentar livremente no seu próprio “espaço mental”.”
Reforçar a resiliência mental das crianças e das famílias na era da inteligência artificial
Athanasios Kanellopoulos (Psiquiatra de Crianças e Adolescentes, Rede de Jovens Psiquiatras & Profissionais de Saúde Mental Grécia) foi convidado pelo EUF para falar sobre a IA no desenvolvimento familiar.
Contou-nos como a inteligência artificial está a moldar os atuais cuidados de saúde mental e os desafios que traz às famílias à medida que se torna uma parte importante da nossa vida quotidiana.
De acordo com este psiquiatra, a inteligência artificial apresenta oportunidades e desafios para a saúde mental das crianças, mas é necessário equilibrar a tecnologia com a ligação humana para criar um futuro em que as crianças prosperem emocionalmente e socialmente, apesar de toda esta mudança tecnológica
Ao debater o papel da IA na vida quotidiana das famílias e nos cuidados de saúde mental, foram sublinhadas algumas oportunidades da IA na saúde mental: “Intervenção precoce”, uma vez que a IA prevê os riscos para a saúde mental utilizando dados históricos; “Cuidados personalizados”, graças a planos de tratamento adaptados com base na genética, no comportamento e no estilo de vida; “Acessibilidade”, uma vez que os serviços de saúde mental à distância colmatam as lacunas existentes em áreas mal servidas.
Kanellopoulos delineou três estratégias-chave na Resiliência da Família na Era da IA: incentivar a narração de histórias para reforçar a resiliência e a empatia; promover a aprendizagem socio-emocional através de ferramentas alimentadas por IA, como a robótica; fomentar a comunicação aberta no seio das famílias para colmatar as divisões geracionais.
A utilização da IA está a generalizar-se e, de acordo com Kanellopoulos, as principais recomendações que podem ser úteis para as famílias são: limitar o tempo de ecrã e incentivar atividades offline para desenvolver competências sociais; utilizar a IA como suplemento, e não como substituto, da ligação humana e da terapia; educar as famílias sobre a utilização segura e eficaz das ferramentas digitais.
O que aprendemos graças ao EUF. O valor acrescentado de um projeto Erasmus+ - ACROSS
Apenas algumas palavras para partilhar convosco o que aprendemos com o projeto EUF.
Em primeiro lugar, algumas áreas sensíveis na comunicação entre pais e filhos
São comuns tanto aos pais como aos filhos. São exemplos: a importância de ser bem-sucedido; a confiança em si próprio, nos outros, pelos outros, as regras, os ciúmes; o respeito pelas fronteiras: o que partilhar e o que não partilhar, com quem.
E depois, juntamente com a área sensível, gostaríamos de sublinhar duas questões em aberto que descobrimos ao ouvir pais e filhos: a primeira é a ligação entre as histórias de vida dos pais e dos filhos e como geri-la; a segunda é sobre os filhos tomarem conta dos pais. Como e quando é que esta mudança ocorre?
Tudo isto contribuiu fortemente para desenvolver os três resultados do projeto
Mas aprendemos algo mais:
Aprendemos o valor acrescentado da realização de atividades com equipas de diferentes países europeus.
Não é a primeira vez que estamos envolvidos num projeto europeu, mas a participação no EUF ajudou-nos a concentrarmo-nos no valor acrescentado da nossa parceria europeia.
Quando se procura organizações de outros países europeus para escrever um projeto, nunca se sabe o que acontece se o projeto for aprovado. Agora, no final do EUF, sabemos algo mais sobre isso.
Gostaríamos de dar uma ideia do tipo de atividades que facilitaram a transição para a equipa internacional.
Obviamente, quando um produto é utilizado de uma forma por um parceiro, traz ideias sobre como o utilizar para os outros.
Eis alguns exemplos de atividades que ultrapassam os limites da sua própria equipa:
1. Quando estávamos na reunião de arranque em Roma, criámos o gráfico swot do projeto, onde cada parceiro declarou os seus pontos fortes e fracos, e as supostas oportunidades e ameaças externas do projeto EUF
2. A apresentação do primeiro resultado a uma audiência internacional, em Aegina (Atenas); a recolha de feedback sobre a foto-Galeria com jovens estagiários, provenientes de diferentes países europeus e não europeus; e depois a futuras mães durante a preparação para o parto no Consultório em Roma.
3. A criação de alguns anexos ao primeiro resultado para satisfazer as necessidades do grupo-alvo: alta tecnologia; novas famílias, duração diferente, com música, etc.
4. A apresentação do projeto EUF a um grupo de estudantes da escola secundária de Guimarães, onde a Desincoop colabora há anos; a participação num workshop de combate ao estigma social realizado por jovens voluntários formados pela Desincoop.
5. O tempo passado em conjunto em Guimarães, a discutir conteúdos e as palavras certas a utilizar no Guia para as famílias
6. A forte interação com os criadores do Jogo de Cartas, para criar um jogo divertido que melhore o diálogo entre adultos e jovens.
7. Muitos contextos diferentes em que os resultados foram propostos e utilizados (dia aberto das escolas; escolas, famílias; sessões de psicoterapia; reunião para famílias, etc.)
8. Montar a exposição de fotografias durante o dia de portas abertas de uma escola secundária em Roma, onde as fotografias e os textos que as acompanham permaneceram sob o olhar de professores, alunos e famílias durante mais de um mês.
9. Utilizar a Galeria e orientar as crianças e as famílias durante a sua participação nas mesas de escuta e nos encontros sobre as questões da juventude.
Todas estas atividades tornaram-se muito enriquecedoras quando partilhadas durante a vida do projeto.
Falando da nossa parceria, na minha opinião, a principal palavra-chave é confiança - confiança mútua: nos conhecimentos especializados, na resolução de problemas, no desenvolvimento das capacidades de cada parceiro.
Confiança baseada numa partilha sólida dos objetivos dos projetos entre os parceiros, é claro.
Na minha opinião, a confiança e os objetivos partilhados permitiram a importante transição, ao longo da vida do projeto, de uma equipa local para uma equipa de projeto internacional, para a equipa da parceria.
Gostaríamos de encorajar atividades de conceção conjunta, colaboração entre diferentes organizações da UE.
Partindo de uma necessidade transversal, é sempre bom implementar atividades em conjunto.
Agradecimentos
Agradecemos à Indire por ter apoiado a parceria do EUF com sugestões sempre claras e bem orientadas para o Erasmus+; à Eufami pelo seu compromisso constante para com os direitos e cuidados de saúde mental na família e por apoiar a disseminação do EUF e dos seus resultados; à ERMES por reforçar os objetivos do EUF e alargar as nossas redes, às equipas locais por acreditarem nos resultados do EUF desde o início e pela sua experiência no envolvimento dos grupos-alvo. Estamos também muito gratos a todas as famílias e profissionais que participaram e contribuíram com sugestões e feedback para o sucesso do EUF. Os três produtos EUF, que visam melhorar a comunicação entre pais e filhos, através da aprendizagem informal, são o resultado coral deste vasto grupo internacional.
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