
Ministério da Educação distingue três agrupamentos de Guimarães com o “Selo Escola Voluntária”
Prémio nacional reconhece projetos educativos vimaranenses “Trilhos Solidários” (Abação), “Dinâmica Comunitária Castreja” (Briteiros) e “Solidariedade Solidária” (Moreira de Cónegos). Distinção do Ministério da Educação foi atribuída no início desta semana.
Os Agrupamentos de Escolas de Abação, de Briteiros e de Virgínia Moura, em Moreira de Cónegos, foram distinguidos com o “Selo Escola Voluntária”, um prémio atribuído pelo Ministério da Educação que promove os valores de cidadania e da solidariedade no meio escolar e cuja cerimónia de entrega decorreu esta segunda-feira, 28 de abril, numa sessão solene agendada para as 15 horas, em Lisboa.
A distinção destina-se a reconhecer o contributo dado pelos estabelecimentos de educação e ensino que, através de projetos educativos, valorizam as atividades de voluntariado, fortalecem o envolvimento da comunidade educativa no projeto da escola e da escola na comunidade, contribuindo para o desenvolvimento de laços sociais dentro e fora dela.
«Esta distinção nacional reconhece a excelência e referencia três Agrupamentos de Escolas abertos à comunidade na sua capacidade de envolvimento e dedicação, em especial dos seus Presidentes, professores, trabalhadores, alunos, Associações de Pais, Juntas de Freguesia, associações e instituições, de todos os Voluntários e organizações de Voluntariado, na realização de um trabalho formativo dos jovens e do exercício de cidadania de toda uma Comunidade. Parabéns a todos e obrigado por serem motivo de orgulho de Guimarães», disse Domingos Bragança, Presidente da Câmara Municipal de Guimarães.
O título de "Selo de Escola Voluntária", que ficará assinalado com uma placa comemorativa a afixar nos edifícios das escolas com a data da concessão, foi atribuído devido à «pertinência dos projetos, às experiências já desenvolvidas e resultados alcançados, ao número de pessoas abrangidas e diversidade dos membros envolvidos, à sua sustentabilidade (viabilidade técnica e custos financeiros), ao seu carácter inovador e ainda à sua capacidade multiplicadora e durabilidade».
MATERIAL ORTOPÉDICO E CAMPANHAS SOCIAIS EM ABAÇÃO
O projeto “Trilhos Solidários”, da autoria do Agrupamento de Escolas de Abação, teve como objetivo, através da formação de equipas dentro da escola, promover a solidariedade em prol do desenvolvimento humano de alunos e da comunidade local, abrangendo trinta famílias que receberam cabazes no Natal e na Páscoa, duas famílias, a quem foi atribuído material ortopédico, vinte utentes de um lar e comunidade educativa, em geral.
As equipas, compostas por sete docentes representantes de todos os Departamentos Curriculares e dois Assistentes Operacionais, incluem também a Direção do Agrupamento de Escolas de Abação, Diretores de turma, assistentes operacionais, Associação de Estudantes, Associações de Pais/encarregados de educação do Agrupamento, Juntas de Freguesia das áreas de intervenção, Lar de S. Francisco (Calvos), Lar de Santa Estefânia, cooperativa Fraterna, paróquias das freguesias circundantes, entre outras instituições.
No diversificado conjunto de ações já realizadas, destaca-se a aquisição de material ortopédico para um aluno da Unidade de Apoio Especializado à Multideficiência (UAEM) e outro da Escola EB1/JI Pinheiro. A campanha, realizada através da recolha de tampinhas de plástico, envolveu a comunidade escolar, Juntas de Freguesia, indústria local, sociedade civil e comunicação social. Outra iniciativa bem-sucedida relacionou-se com a realização de uma campanha de angariação de alimentos, subordinada ao lema “1 aluno = 1 alimento”.
COMUNIDADE CASTREJA DINÂMICA EM BRITEIROS
Com base no projeto denominado “Dinâmica Comunitária Castreja”, o júri do concurso também decidiu premiar o Agrupamento de Escolas, que abrange a freguesia de Barco e as Uniões de Freguesias de Briteiros São Salvador e Briteiros Santa Leocádia, Briteiros Santo Estêvão e Donim e Souto São Salvador, Souto Santa Maria e Gondomar, distinguindo o envolvimento de toda a comunidade nas atividades realizadas.
A atribuição do prémio "Selo Escola Voluntária” resulta da redução a zero da taxa de abandono escolar, depois de uma situação de «top» concelhio, em anos anteriores. O posicionamento da escola no contexto ecológico da vida comunitária, com abolição de tradicionais barreiras que separam a escola e comunidade, e o pleno funcionamento da Loja Solidária, apoiando cerca de 30 famílias, em permanência, com envolvimento de técnicos voluntários (assistente social e psicóloga), foram ainda fatores determinantes.
Entre outros critérios, o Ministério da Educação teve também em consideração a instalação de ofertas sustentáveis, no campo da atividade física e desportiva, nomeadamente através da concretização do projeto “Comunidade Castreja em Movimento”, aprovado no âmbito do Orçamento Participativo de Guimarães. Refira-se que, em 2012, o Agrupamento de Escolas foi distinguido com o Prémio Nacional Cooperação e Solidariedade, atribuído pela CASES – Cooperativa António Sérgio para a Economia Social.
MULTIDISCIPLINARIDADE EM MOREIRA DE CÓNEGOS
Na sequência do trabalho desenvolvido no ano letivo 2012/2013, no âmbito do projeto “Energia com vida” (3ª edição), onde obteve o grau de qualificação de “Menção Revelação”, o Agrupamento de Escolas Virgínia Moura, em Moreira de Cónegos, com a implementação do projeto “Solidariedade Solidária”, foi igualmente reconhecido com o galardão “Selo de Escola Voluntária”. 54 alunos e 9 coordenadores produziram um total de cerca de 6600 horas de solidariedade ao longo do ano letivo, criaram-se parcerias com sete instituições e estimam-se que foram beneficiadas cerca de 1500 pessoas.
Quatro temáticas distintas fizeram parte de uma candidatura que se revelou bem-sucedida, com destaque para a sustentabilidade ambiental, com a iniciativa “Geração Depositrão”, aberta a toda a comunidade educativa, em parceria com a autarquia local, que introduziu um comportamento correto relativamente ao encaminhamento dos resíduos elétricos e eletrónicos. Os estudantes foram o veículo transmissor desta ação junto de familiares e vizinhos, medida que contribuiu para o reconhecimento nacional da escola.
A aposta no projeto “Estufa Solidária/Horta Biológica” pretendeu dar a conhecer aos alunos as várias fases da produção hortícola e rentabilizar o espaço disponível para a produção de alimentos que tiveram como destino a distribuição na comunidade escolar e a venda simbólica numa Feira Medieval, além da doação a instituições de solidariedade social. A criação da Loja Solidária, a organização da Feira do Livro, cujas receitas reverteram para a Associação para a Integração e a Reabilitação Social de Crianças e Jovens Deficientes de Vizela, a realização de um Workshop sobre Alimentação e sessões de doação de sangue foram outras iniciativas organizadas.