Terceiro ciclo de exposições inaugurado este ano no CIAJG, na Plataforma das Artes
“Só Acredito num Deus que Saiba Dançar” (João Botelho) e “O Encontro Inesperado do Diverso” (Maria Gabriela Llansol) foram inauguradas este sábado, 26 de julho. Ciclo de cinema dedicado à obra de João Botelho, coproduzido com o Cineclube de Guimarães, acompanha exposição.
O Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), situado no edifício da Plataforma das Artes e da Criatividade, deu início ao terceiro ciclo expositivo em 2014, com a inauguração de exposições de João Botelho e Maria Gabriela Llansol. Este terceiro momento do ano aborda o universo literário de Maria Gabriela Llansol e o cinematográfico de João Botelho, com duas novas e inéditas exposições, versando dois imaginários artísticos específicos de cada uma das disciplinas que os caracterizam: o cinema e a escrita.
A exposição de João Botelho, denominada “Só Acredito num Deus que Saiba Dançar”, ocupa as salas 5 e 6 do piso 1, bem como as salas de todo o piso 0 do CIAJG. A frase que dá título à exposição é uma máxima do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, inscrita num dos mais famosos livros do autor “Assim falou Zaratustra, um livro para todos e para ninguém”, escrito entre 1883 e 1885. A dança está frequentemente presente nos filmes e é omnipresente na vida de João Botelho, um dos mais singulares realizadores contemporâneos.
A exposição que o CIAJG apresenta não é uma exposição clássica sobre a obra de um cineasta, mas antes a construção de um atlas de referências e de afinidades que procura dar a ver as múltiplas e relações que o cinema de Botelho ensaia, com o imaginário da arte, desde a pré-história à contemporaneidade, detendo-se sobre a pintura dos séculos XVI e XVII, sobretudo.
A exposição de Maria Gabriela Llansol, intitulada “O Encontro Inesperado do Diverso”, inaugurou um ciclo de exposições dedicado a poetas ou a universos literários próximos da poesia sem serem formalmente poesia. A mostra, que pode ser observada no piso -1 do CIAJG, apresentou a novidade de ter origem num livro fulcral na obra de Llansol, “Lisboaleipzig”, recentemente reeditado, em que se tece um amplo conjunto de ramificações com outros livros, anteriores ou posteriores, da autora.
ENTRADA LIVRE AOS DOMINGOS DE MANHÃ
A narrativa constrói-se em torno do encontro entre o escritor Fernando Pessoa (Aossê, em terminologia Llansoliana) e o compositor Johann Sebastian Bach, duas figuras maiores da criação artística que viveram fisicamente em séculos distintos mas que coabitam no imaginário de Llansol. «A escrita dá corpo, torna o imaginável possível e o impossível imaginável», refere o texto de apresentação da exposição.
O título da mostra representa, por um lado, a pluralidade e a abertura do projeto literário de Llansol, onde confluem outras obras, imagens e objetos reais e sonhados, mas também demonstra ser meta-representativo do encontro em que se constitui a própria exposição, para onde foram convocados dois outros universos autorais, da artista Ilda David e do fotógrafo Duarte Belo, que conheceram Maria Gabriela Llansol e com quem colaboraram.
O dia de abertura das novas exposições do CIAJG foi ainda marcado pelo lançamento do catálogo “Ernesto de Sousa e a Arte Popular”. Este novo ciclo expositivo do CIAJG ficará patente até 12 de outubro. As exposições podem ser visitadas de terça a domingo, das 10 às 19 horas. Aos domingos de manhã, a entrada é livre.