Foi no dia 23 de maio de 2014 que se formalizou a criação da UNU-EGOV Unidade Operacional das Nações Unidas para a Governança Eletrónica Orientada para a Política, uma importante unidade de investigação, serviços de aconselhamento e formação sedeada em Guimarães, em Couros. Por esse motivo, nesta quinta-feira, 23 de maio, teve lugar, no Centro Cultural Vila Flor, a cerimónia comemorativa do seu 10º aniversário, um evento que contou com a presença de Paulo Rangel, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Tshilidzi Marwala, reitor da UNU, Delfina Soares, diretora da UNU-EGOV, Rui Vieira de Castro, reitor da Universidade do Minho, e Ana Lemos Gomes, vice-presidente da CCDR-N.

Nas intervenções protocolares, Paulo Lopes Silva, vereador da Câmara Municipal, representando a Câmara Municipal de Guimarães, endereçou os parabéns a “todos quantos, ao longo destes 10 anos, contribuíram para fazer da UNU-EGOV uma unidade especial, essencial na formação dos países em desenvolvimento e na promoção da democracia em todo o mundo”. No seu discurso, reafirmou ainda o compromisso da autarquia para com a UNU-EGOV, nomeadamente na ampliação as suas instalações, de forma a criar as condições infraestruturais para que a unidade possa vir a ser classificada como Instituto das Nações Unidas. Foi deixada uma palavra de agradecimento ao Governo pela criação da unidade em Guimarães, e lembrada a necessidade de um apoio contínuo para que a UNU-EGOV possa desempenhar o seu importante papel de um modo cada vez mais relevante e disseminado.

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, felicitou todos quantos trabalham na UNU-EGOV e destacou as importantes funções que a literacia digital representam num mundo em mudança acelerada, manifestando o interesse de Portugal em poder ser decisivo na promoção da equidade, do desenvolvimento da democracia e na capacitação de países em vias de desenvolvimento, com especial enfoque nos países de língua oficial portuguesa. Para Paulo Rangel, as questões do acesso à tecnologia, no mundo, ainda tem muito caminho a fazer.

Delfina Soares, diretora da UNU-EGOV, chamou a atenção para a importância de celebrar, como forma de analisar tudo o que foi realizado nos 10 anos de existência da unidade, que conta como 37 investigadores de 18 nacionalidades. Anunciou ainda a criação de um Comité de Aconselhamento que permitirá obter recomendações e orientações para que o trabalho desempenhado pela UNU-EGOV possa ser o mais consequente e atual possível. Delfina Soares agradeceu a todos quantos contribuíram para o sucesso da unidade que dirige, instituições na qual se inclui a Câmara Municipal de Guimarães, representada na cerimónia pelo seu presidente, Domingos Bragança.

Destaque para a palestra intitulada “IA como propulsora da Governança Digital”, proferida por Tshilidzi Marwala, Subsecretário Geral das Nações Unidas e reitor da Universidade das Nações Unidas, que incidiu sobre as vantagens, mas também os perigos associados, à utilização da Inteligência Artificial, sobretudo no que diz respeito ao conjunto de dados que se utilizam na tomada de decisão. Segundo Marwala, importa assegurar a minimização do risco de enviesamento e distorção dos resultados, tendo apontado como exemplo uma descrição obtida sobre si no ChatGPT com informação errada. Tshilidzi Marwala que, no encerramento da cerimónia, não deixou de felicitar todos os que tornaram possível a criação da UNU-EGOV. O reitor da UNU disse ainda que o mundo não pode andar a velocidades diferentes, numa era em que o digital impõe cada vez mais a sua lei. Importa trabalhar para que o Sul Global possa vislumbrar um horizonte de maior equidade.