Este ano, este apoio à criação artística local contou com 38 candidaturas. O processo de seleção ficou a cargo de um júri composto por Luís Fernandes (gnration, Braga), João Terras (Centro Internacional das Artes José de Guimarães - CIAJG), Mário Micaelo (Solar, Vila do Conde) e Joana Pestana, que, este ano, fará o acompanhamento curatorial do projeto.

Os projetos selecionados vão ser desenvolvidos em formato de residência artística no CIAJG e no gnration. Posteriormente, serão apresentados publicamente integrando os programas culturais de cada um dos espaços.

Natural de Guimarães, Catarina Braga é uma artista visual, investigadora e escritora que irá desenvolver uma instalação que se debruça sobre a história do emoji da planta (🌿) e numa busca pela planta-mãe que poderá ter dado origem a este signo, percorrendo a internet à procura de imagens, arquivos online ou artefactos em coleções internacionais de museus ou herbários digitalizados.

Do Homúnculo idealizado pela alquimia do século XVI, ao Frankenstein de Mary Shelly ou ao golem no filme alemão Der Golem (1920), a manipulação da matéria e a criação de vida a um ser inanimado é uma temática que tem acompanhado a história humana. Baseando-se nesta ideia, a artista plástica e música Dora Vieira irá criar uma instalação imersiva que propõe uma reflexão sobre as interações entre o orgânico e o sintético, a biotecnologia e a transformação e colonização do corpo humano.

Mariana Sardon é uma artista sonora e construtora de instrumentos e objetos sonoros, eletrónicos e eletroacústicos. Ao longo dos anos, tem criado protótipos que expandem as possibilidades dos circuitos eletrónicos de Cracklebox. Este sintetizador simplificado, com uma grande palete de timbres e frequências, permite gerar sons que se podem assemelhar tanto ao chilrear de pássaros como ao estrondo de rebarbadoras. No novo projeto que irá desenvolver, a artista propõe dar vida a estes circuitos integrando-os numa obra híbrida entre instalação generativa e performance.

Artista multidisciplinar natural das Caxinas, em Vila do Conde, o trabalho de Renato Cruz Santos explora temáticas de memória, imaginário ficcionado e desconstrução do real, com uma grande parte a ser produzido e baseado na sua terra natal. Para os Laboratórios de Verão, o artista usa a imagem de um penedo distante, que se vê das Caxinas no mar, para relacionar o tempo geológico com o desenvolvimento urbanístico de um lugar que perdeu a sua identidade.

Criado em 2015, pelo gnration, os Laboratórios de Verão procuram potenciar o desenvolvimento de novos trabalhos artísticos originais no território do distrito de Braga e concelho de Vila do Conde. Ao longo de dez edições, o programa apoiou já mais de três dezenas de projetos e meia centena de artistas.

O programa Laboratórios de Verão é promovido pelo gnration (Braga), CIAJG – Centro Internacional das Artes José de Guimarães (Guimarães) e pela Solar – Galeria de Arte Cinemática (Vila do Conde), em parceria com o LAC – Laboratório de Actividades Criativas (Lagos). Toda a informação encontra-se disponível online em www.ciajg.pt, www.gnration.pt e www.solar.curtas.pt