
Guimarães recebe edição 2014 dos Festivais Gil Vicente até ao dia 15 de junho
Palcos da Fábrica ASA, Plataforma das Artes e Centro Cultural de Vila Flor recebem festival. Componente formativa (também) está associada ao certame.
A edição deste ano dos Festivais Gil Vicente abre esta quinta-feira, 05 de junho, às 22 horas, na Black Box da Fábrica ASA, com a estreia de “A Tempestade”, um texto de Shakespeare, trazido pelos galegos da Voadora, com encenação de Marta Pazos.
“A Tempestade” é uma história sobre vingança mas também amor e de conspirações oportunistas que contrapõe os instintos animais que habitam o homem à figura etérea, espiritualizada pelas aspirações humanas, como o desejo de liberdade e a lealdade. Trata-se do relato de uma tempestade e das consequências que a mesma provoca, imaginada pela mente brilhante de Shakespeare que aqui coloca grandes doses de magia, bem ao gosto da companhia que produz a peça.
Na sexta-feira, às 22 horas, é a vez da Black Box da Plataforma das Artes e da Criatividade acolher o espetáculo “OZZZZZ”, assinado por um coletivo de jovens intérpretes e encenadores: Alfredo Martins, Cláudia Gaiolas, Paula Diogo, Estelle Franco e Luis Godinho. “OZZZZZ” é uma peça musical em que o clássico “Feiticeiro de Oz” é deslocado para o contexto contemporâneo. No sábado, 07 de junho, às 22 horas, a Black Box da Fábrica ASA volta a ser o palco de apresentação dos Festivais Gil Vicente, agora para acolher a peça “Trahisons”, da companhia belga tg STAN, com texto original de Harold Pinter, Prémio Nobel da Literatura em 2005.
Na semana seguinte, é a vez do Centro Cultural Vila Flor receber os Festivais Gil Vicente. No dia 12 de junho, quinta-feira, às 22 horas, outro grande clássico sobe ao palco. “Tartufo”, uma das mais famosas comédias de Moliére, chega a Guimarães pela mão da Companhia de Teatro de Almada. A obra é dirigida, pela terceira vez, pelo encenador Rogério de Carvalho e trata temas sempre atuais como o oportunismo, o individualismo e a hipocrisia.
“Demónios”, do famoso dramaturgo sueco Lars Norén, com encenação de Nuno Cardoso, tem estreia absoluta em Guimarães na noite de sexta-feira, 13 de junho. Na história, quatro personagens, dois casais que se vão cruzar e vão perceber que os pequenos dramas do dia a dia escondem algo maior. O desenrolar da trama vai fazer com que todos se confrontem não só com os seus demónios mas também com os dos outros.
A fechar os Festivais Gil Vicente, Guimarães vê subir ao palco a peça “Na Solidão dos Campos de Algodão”, do Teatro Oficina. A Black Box da Fábrica ASA é o local que acolhe este espetáculo nos dias 14 e 15 de junho, às 22 e 17 horas, respetivamente. A obra, escrita pelo dramaturgo francês Bernard-Marie Koltès e encenada por Rogério de Carvalho, dará um sabor especial aos encerramento dos Festivais Gil Vicente visto ser a primeira produção deste ano do Teatro Oficina, companhia nascida e criada na Cidade-Berço.
A FACETA FORMATIVA DO FESTIVAL
Os Festivais Gil Vicente têm também uma vertente formativa. Ao longo da segunda semana, as Turmas de Iniciação Teatral do Teatro Oficina e algumas escolas de teatro da região circundante prometem multiplicar as possibilidades de vivência da criação teatral no máximo número de experiências possíveis.
Nos dias 05 e 14 de junho, pelas 19h00, há “Rua Acima”, espetáculo da Turma de Iniciação Teatral do Teatro Oficina (Adultos), encenado por Emílio Gomes com texto de Pedro Bastos, que acontece num percurso desde a Avenida D. Afonso Henriques culminando no CCVF.
No dia 11 (quarta-feira) acontecem mais dois espetáculos na Black Box da Plataforma das Artes e da Criatividade. O primeiro, às 19 horas, é “ADN”, espetáculo da Turma de Iniciação Teatral do Teatro Oficina (Adolescentes), de Dennis Kelly, com encenação de Diana Sá e Emílio Gomes. O segundo espetáculo, desta vez da Turma de Iniciação Teatral do Teatro Oficina (Adultos), a realizar-se às 22 horas no mesmo local, é “Sangue no Pescoço do Gato”, de Rainer Werner Fassbinder, com encenação de Diana Sá.
Além das Turmas de Iniciação Teatral do Teatro Oficina, foram também convidados a participar no Festival as turmas de Teatro da ESAD de Vigo, as turmas de Teatro da Universidade do Minho e os alunos do 3º ano do Curso de Teatro da Escola Profissional Balleteatro. No dia 12 de junho (quinta-feira), às 19 horas, a ESAD de Vigo traz à Black Box da Plataforma da Artes a peça “A State Affair (Unha Cuestión de estado)”, de Robin Soans, com encenação Delfina Miguélez-Val.
No dia seguinte, 13 de junho, também às 19 horas, é a vez da Universidade do Minho subir ao palco da Black Box da Plataforma das Artes com o espetáculo “Estudos | Fragmentos | Tchékhov”. Por fim, o mesmo espaço acolhe no sábado, dia 14, às 16 horas, os alunos do 3º ano do Curso de Teatro da Escola Profissional Balleteatro com a peça “Milli Vanilli”, escrita por Marcos Barbosa em parceria com os estudantes.
Durante todo o festival, o CAR - Círculo de Arte e Recreio será um ponto de encontro oficial, onde artistas e público se juntam, para uma reflexão mais ou menos ruidosa sobre os espetáculos, num espírito de tertúlia e com uma programação alternativa e fora de horas.
A vertente formativa que também caracteriza os Festivais Gil Vicente acontece, este ano, de 11 a 13 de junho, com a realização de um Workshop de Voz e Elocução com Luís Madureira que visa ajudar os inscritos com exercícios técnicos tendo em vista a obtenção de postura correta, respiração eficiente, disponibilidade do órgão vocal para a fala e para o canto; leitura e análise de textos em prosa e/ou verso. Este workshop é dirigido a atores profissionais ou amadores e as inscrições poderão efetuadas no site do Centro Cultural Vila Flor – www.ccvf.pt – onde é possível consultar em pormenor toda a programação dos Festivais Gil Vicente.