
Presidente da Câmara de Guimarães propõe criação do Centro Hospitalar do Ave
Eventual fim de especialidades no Hospital de Guimarães despoletou reunião com Presidente do Centro Hospitalar do Alto Ave. Responsável pelo Município garante que irá “lutar pelos interesses do concelho e dos vimaranenses”.
Domingos Bragança, Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, sugeriu a criação do Centro Hospitalar do Ave, uma nova designação institucional que resultaria da união dos hospitais do Alto Ave e do Médio Ave.
O anúncio do autarca vimaranense surge depois de ter sido publicada em Diário da República a portaria 82/2014, que requalifica o Centro Hospitalar do Alto Ave e lhe retira os serviços de Neonatologia (incluindo a Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais), Imunoalergologia, Obstetrícia (incluindo o Bloco de Partos e Medicina da Reprodução), Dermatologia, Urologia, Cirurgia Vascular e Anatomia Patológica.
"Está a acontecer algo com muita gravidade para Guimarães. Não passa pela cabeça do Presidente da Câmara e de nenhum vimaranense que o fecho daqueles serviços aconteça. Isto é demasiado grave! ", alertou Domingos Bragança que, em alternativa, propõe a união dos Centros Hospitalares do Alto e Médio Ave, com sede em Guimarães e Famalicão, respetivamente.
A publicação da portaria em Diário da República vem categorizar os hospitais do Serviço Nacional de Saúde em grupos de I a IV, hierarquizando as unidades de acordo com a natureza das suas responsabilidades e as suas valências. O Hospital de Guimarães foi incluído no grupo I destinado a hospitais que sirvam até 500 mil habitantes, o que poderá significar a perda de serviços.
O objetivo da proposta apresentada pelo Presidente do Município vimaranense passa por reunir um número superior a 500 mil habitantes, de modo a enquadrar o novo Centro Hospitalar do Ave nos rácios demográficos estipulados pelo Governo para a obtenção da classificação com o nível II. “Com esta união, passaríamos a ter uma unidade hospitalar que abrangia 600 mil habitantes. Por que razão o Centro Hospitalar do Alto Ave não tem a classificação II, que inclui todas estas valências?”, questiona Domingos Bragança.
Poucas horas depois de ter sido publicada a portaria 82/2014, o Presidente da Câmara Municipal de Guimarães reuniu-se com Delfim Rodrigues, Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Alto Ave, que faz uma leitura diferente da Portaria. "Não se passa nada e nem passaria pela cabeça de ninguém estarem a abater-nos especialidades”, afirmou o atual responsável pela unidade hospitalar vimaranense.
Domingos Bragança, por sua vez, pretende que o assunto seja esclarecido pelo Governo. “O Hospital de Guimarães é uma referência, nomeadamente na sua unidade maternoinfantil e, com esta decisão, coloca em causa a própria maternidade. Além da excelência do serviço de neonatologia e pediatria, registam-se anualmente mais de 2 mil partos. Este assunto não pode ser tratado dentro de gabinetes e a regra e esquadro”, referiu o Presidente do Município, garantindo que irá “defender os interesses de Guimarães e dos vimaranenses”.